
Escultura de chiclete de morango, não achei o autor, se alguém encontrar, por favor.
Entre mortos e feridos os mortos são sempre mais interessantes. Os feridos apenas sobrevivem. Aí você pensa: é melhor estar morto? Penso que é melhor não ser interessante, e continuar vivo. De uma forma ou de outra.
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Ontem contei coisas tão íntimas pra uma amiga. Estávamos só eu e ela jogadas num colchão. Quanto mais ela perguntava mais eu falava. Coisas do sexo que nunca conto a ninguém. Uma história que vivi e que foi importante e terminou com um pé na bunda, na minha. Acontece, mas, não tenho experiência em lidar, só tenho mesmo um ego enorme. Já machuquei algumas pessoas, hoje tento - eternamente - me desculpar com elas. Carrego algumas culpas pesadas. Dizem que não as tenho. No entanto, em caso de perdas definitivas, não é bem assim.
Quanto a mim, não tem encaixe social e por isso fica tudo mais difícil. Não acontece de eu ir nas férias para Porto Seguro, dançar o Créu com um nativo e voltar falando que ele me comeu a noite inteira e que AMIGA FOI INCRÍVEL!...
Eu li os livros do Roberto Freire quando, na década de oitenta todo mundo se pegava, li a Insustentável Leveza do Ser e mais alguns folhetos para quem queria ser sexualmente liberado. Como se essa liberação fosse uma ideologia comum, uma superação, uma modernização do sexo, sei lá...CÊ TÁ NA VIBE? Não, fiquei pra trás.
O resultado da minha geração foi inverso: os filhos de leitores do Roberto Freire viraram uns caretas amorosos inadaptados e os filhos do rigor estão saindo da boate às seis da manhã com acompanhantes de ambos os sexos e uns papelotes de cocaína indo direto para o motel. Festa pra dois dias, putaria debaixo do chuveiro. Não chego a invejar, mas é um desprendimento que torna a vida mais fácil.
Sou uma pessoa que gosta de sexo. Gosto mesmo. Mas odeio vibradores. Não se trata de condenação, vergonha... eu apenas sei, desde muito cedo, que não me caberia comprar um troço daqueles e depois ficar lembrando de comprar pilha e ainda, de usar o trambolho em mim.
AI AMIGA QUE LEGAL O SEU, EU COMPREI UM MAIOR, AMIGA. - acho que não, hein?
Preferi ir - nem sei ao certo - na onda do mito do amor romântico, um homem e uma mulher, os dois a fim, tudo certo. Tem-se alguma coisa, mas, antes, uma coisa monogâmica. Faz-se de tudo, moderniza-se com uma eventual curra. Não tá bom? Pra mim... tá.
APÓS A CURRA, DECLARAREI O MEU AMOR MAIS SINCERO. DESDE QUE NÃO SINTA DOR. - aí sim!
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Gosto de comer, gosto de beber e gosto de fumar. E vocês?
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O título é uma música do UTRAJE.
5 comentários:
A melhor liberdade é a que conquistamos de nós mesmos... nada como se permitir viver. PARABÉNS!
Abrazos,
Eu nem li tanto, mas minha opinião se encaixa no teu "molde" "monogâmico romântico não-moderno". E nunca achei que tô errado não! Gosto não se discute, mas as maneiras de se lidar com as coisas, sim - incluindo o sexo.
Eu acho na verdade que essa fórmula "normal" e "encanada" facilita muito as coisas. Não me imagino passando bem pelos problemas que um polígamo passe... Mal consigo lidar com meus sentimentos opostos em âmbito individual, muitas vezes!
E se for pra não lidar com os sentimentos das pessoas, esquece - sexo sem sentimento pra mim é tão sem graça quanto miojo sem tempero.
Se vamos ficar pra trás por essa ideologia ou não, não se sabe... Mas eu não me importo. Aos apressados os primeiros lugares, aos satisfeitos a satisfação de simplesmente fazer o que acha bom / certo/ gostoso/ anyway.
Não posso dizer que concordo. Nem que discordo. Tenho dúvidas sobre o tema. Aliás, a única certeza que tenho é de que vibradores não são pra mim.
So um comentario breve: a obra do comeco do post eh do Maurizio Savini :)
Também gosto de comer, de beber e de fumar (e de outras coisitas mais), mas não dispenso o meu vibrador, não. Lógico que não se compara ao sexo a dois, nem à curra consentida.
Mas também acho importante a liberdade de me dar prazer e de me conhecer intimamente.
Você vai me dizer que para isso não é necessário nenhum acessório. Claro que não! Mas certamente ele pode deixar tudo mais divertido (sozinha ou acompanhada) rs
Adorei o texto. Você não posta mais aqui?
Eu também dei um tempo no Ponto Rouge, mas estou preparando o meu retorno. Essa vida corrida...
Beijo rouge
Dani
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