28 de ago. de 2009

Enquanto não vivo incólume

Tenho plena consciência de que jornalismo não é grandes coisas. Mas tem jornalista que pensa que é. A vida no apontamento do dedo e a cultura de fragmentos por algum motivo extraordinário, confere à essas pessoas um dom de egocentrismo muito divertido de ser observado do canto da sala, onde sempre procuro me posicionar; embora nunca consiga. Acho que, inconscientemente, faço coisas tão toscas que atraio atenção alheia quando na verdade, o que sempre tentei foi passar incólume. Acho lindo quem vive incólume. O tipo de pessoa que pode estar lá ou não estar, tanto faz. Assim eu queria ser, se talvez não falasse tão alto ou andasse desajeitadamente, ou não pronunciasse tantas asneiras. É bonito ver as pessoas contagiadas de autoestima profissional. E falam mal dos outros, e falam dos outros. Todos os dias a mesma coisa. Soube que em uma redação pela qual passei, comenta-se que saí com fulano e sicrano e beltrano. Achei interessante eles reforçarem a minha vida amorosa, só tenho a agradecer. Em uma rádio pela qual passei, soube que o comentário era eu queria tomar o lugar da sicrana, que ao menor descuido dela, eu abocanharia seu posto profissional víbora manipuladora que eu era. Fiquei feliz por alguém me conferir uma inteligência em armar planos e tramóias, estratégias de guerrilha no mundo coorporativo. Agora faz sentido a cara de desprezo que a garota fez quando lhe dei um presente de aniversário. Qual o caminho para passar despercebido?

Um comentário:

Anna Luiza Guimarães disse...

No seu caso, não tem como... E, na verdade, os ambientes por onde vc passa precisam do movimento que vc dá.