27 de fev. de 2009

Eu não escrevo sem mim, mamãe me perdoe


O meu texto está terrível. Dá saudade do tempo em que havia várias coisas para escrever, saudade do tempo em que eu brigava na rua e contava isso para as pessoas... Rindo. Mas conforme Márcia Denser escreveu: o texto jornalístico acaba com o viés artístico de alguém. Não consigo escrever uma crônica que me foi pedida... Não consigo. Também o Marcelo disse para não escrever muito “Eus” . Não sei escrever sem mim. Não vou escrever sobre o “cotidiano” para fazer média de cronista. Pode ser que dentre os meus parcos talentos – eu sei cozinhar, fazer massagem, sou boazinha e servil - , não esteja o de escrever crônica. Daí que o jornalismo acaba comigo, e que os jornalistas são zumbis. Uma prova de fogo para ver quem agüenta ver mais atrocidades de forma impassível. Aliás, quanto menos você reagir aos fatos, melhor pra você. Assim é no jornalismo. Pena eu não ser desta forma. Desculpa mãe, qualquer coisa tem o concurso da Comlurb.
Segue abaixo o exemplo de cronista babaca;

O Nelson Motta escreveu uma crônica no jornal de hoje dizendo que “a música acabou”. Ahhhh. Entende? Coisa de efeito, pra sair de maioral. É mentira dele, na melhor das hipóteses um lapso de velho gagá! Dizer que tudo o que prestava já foi inventado e bla bla blá...Sei... ele se acha genial porque lançou a Marisa Monte. E agora ela já sabe namorar. Aprendeu com o Carlinhos Brown. Ah, vocês já viram o Carlinhos fazendo poesia de última hora? Bom pra quem tem intestino preso. Enfim...a música não acabou e ainda há muito que se inventar. Acho absurdo enganar os outros dando banca de entendido.Vamos supor que eu fosse expert em “bibelôs”. Aí lá vai eu, encher o papo de uma presunçosa astúcia e dizer: “oh, acabaram-se os autênticos bibelôs “. Só porque naquele dia...sei lá... eu não tive uma noite agradável? Tchau Nelson Motta; sempre te achei meio babaquinha com aqueles oclinhos, mas tinha vergonha de admitir.
Sobre o carnaval apenas um dedo de nota;
Sou só eu ou alguém aí também acha esse negócio de escola de samba uma breguiçe sem tamanho? Ah, não sei não hein...Mas aqueles carros alegóricos, aquelas bichas velhas cheias de plumas, as rainhas de bateria que de tanta malhação combinada com bronzeamento artificial mais pareciam saborosos galetinhos...Tudo isso é meio enjoativo, né não? Daí que os comentaristas super sérios vem com aqueles papos: "esta ala representa o mito da transformação no Himalaia.” E tome dinheiro da Petrobras para esses caras. Ah, eu sei, eu sei...é tradição da comunidade! Mas quantos gringoletes vocês já não viram sambando na Sapucaí? E o Neguinho da Beija-Flor casando na avenida? Com câncer ainda por cima meu Deus. Quem não se emocionou é tão malvado...
Mãe mais uma vez,
me desculpa por eu ser assim.





3 comentários:

Carola Medina disse...

a gente nunca cabe no mundo, flor. por isso a gente se aproxima das chacretes. Eu gosto do nelson, apesar de concordar completamente do que vc diz. mas gostei pacas do noites cariocas e da bio do Tim.

Dom disse...

O jeito Camilla Lopes de ver as coisas. Babe, você me inspira.
e mamãe também me perdõe por isso.

me manda um email, preciso falar com você. rafael.neon@hotmail.com

Anna Luiza Guimarães disse...

Como disse Medina, tb gosto pra caralho de noites cariocas e amei a bio do Tim... De qq forma, a cronica foi uma imbecilidade. Qnt ao jornalismo assassinar nossa veia artística e poética... Vc conseguiu achar a resposta para o uma das minhas maiores angustias. Acho q minha veia artística acabou-se desde que pisei numa redação. Triste isso... De qq forma, preciso ganhar dinheiro. Depois, quem sabe recupero? Tipo Skylab, que depois de servir o público, mandou sua poesia q mt me agrada. hehe. Sobre carnaval: hahahaha! Sensacional! É isso msm.
Bjs amiguinha! Não desista, amo seu texto!