27 de fev. de 2008

O Marco Zero ao contrário

Capiroto, babuíno e tantos outros nomes grotescos que eu o chamei. Seja o que for e por algum motivo a gente estará sempre sobre uma ligação tranquila, ele sempre me poupou de tudo. Eu bem sei, das vezes que tive de ir embora, só para que não me aborrecesse com ele, que se autoaborrecia e por generosidade e por amor, obviamente, por amor, me pedia para ir e voltar quando tudo estivesse desanuviado, quando o lusco - fusco fosse invadido pela hora do jantar. Jantávamos então. Vai aqui escrito que já não temos mais aquela estória dos longos telefonemas, das expectativas, dos encontros, das perdas, dos ataques de raiva - da minha parte, ele só gritou comigo uma vez, e eu me lembrei da Madonna, nem foi tão ruim assim. Já cansamos de esperar, de acompanhar um ao outro em uma rodoviária ou aeroporto, de espremer uma vida inteira em um mês. Ele gosta de coisas de avô, de crianças, de parques, da praia e de dormir cedo. Eu gostava também. Ele conversa com as pessoas, é polido como um aristocrata perdido na boca do lixo: o quê, quando e onde, e sempre um por favor, um obrigado e boa noite. Ele fazia o que eu queria, me acalmava com mousses de chocolate, adcionou mais carnes ao meu corpo, o importante era ser feliz e para isso, vamos comer. Me arrancava das rodas de conversa se nela havia mais homens do que mulheres, a desculpa é que estava tarde, vamos domir. E por assim dizer, de modo prático, deixamos por consentimento unânime na difícil democracia que existe entre duas pessoas, que os kilômetros nos distanciassem de vez.

4 comentários:

Cris Thaís Quinteiro disse...

vc é a camila lopes da clarah averbuck?

Camilla Lopes disse...

Não meu amor, melhor do que isso, eu sou a Camilla Lopes de Deus.

Carola Medina disse...

poxa camilla... Beijo

Cris Thaís Quinteiro disse...

hahahahaha ok!
deus lhe guarde!