1 de nov. de 2007

As mais variadas putas


Estou cercada de Putas. No bom sentido, porque me refiro a garotas que ganham a vida fazendo sexo. A pça Tiradentes é aqui perto, quando chego de manhã cedo, passo em qualquer birosca para uma coca e elas estão lá, tomando o café da manhã. Mal nutridas de pastéis e refrescos açucarados, mas que custam só um real e o programa delas gira em torno de 20 a 15 reais. Já vi um folheto que dizia: não é 20, não é 15, é 10!!! Tem uns caras que ficam entregando esses folhetos aqui pelo centro.Mas só entregam pra homens, naturalmente. Um dia eu pedi um. Pra quê? o cara quis saber, naturalmente. Pelo design. Ele não entendeu, mas me deu um. A garota do folheto era bonita, no entanto custava 15 reais, então obviamente o puteiro não oferecia a garota do folheto. Era ilustrativo, meramente ilustrativo. As reais garotas do folheto, são as que tomam aquele café da manhã nojento, com o corpo exibido em poucas roupas de má qualidade, cabelos manchados de tintas baratas, tatuagens borradas e cicatrizes de tudo quanto é incidente. Por outro lado, tem as putas caras lá da faculdade, elas tem tudo o que se pode querer, as melhores roupas, carro, altas maquiagens. Elas aproveitam bem, tá na cara. Uma delas é da minha sala, gosto dela, é meio miolo mole, mas é uma boa pessoa. Vamos dizer que o nome dela seja Brenda. Não posso avaliar exatamente quanto ela cobra, mas deve ser bastante, a garota tem um corpo espetacular e um rosto maculado por plástica. No fim das contas ela passa como uma mulher perfeita. Fizemos um trabalho juntas, e às vezes Brenda faltava porque tinha um "compromisso". Como você sabe se ela é garota de programa? Tá, a garota mora em um duplex na Barra, está sempre em casa as duas horas da tarde, vem de família humilde em Pernambuco, se veste de forma sensual mas não vulgar. Nunca está sem dinheiro. E atende ligações em italiano.Que tal?
E as mulheres que não são nada? Os tribufus exigentes? Que enchem teu saco com coisa de mulher: da inveja ao chororô. Olha...vou dizer...que droga. Neste meu novo trabalho - depois falo disso - tem uma mulher terrível. Na verdade tem duas, só que uma é menos terrível. A pior delas é a secretária que fala rangendo os dentes e não olha na sua cara. Mas isso nem é tão mau, ela poderia ser tímida. Mas ninguém é tímido falando as baixarias que ela fala o dia inteiro. Uma droga, que eu tenho que ouvir: é xota, porra, fuder, caralho. E ela fala alto, bem perto de mim. Antes mesmo de eu abrir a boca, ela me taxou de patricinha, eu peguei no flagra quando ia ao banheiro;

"Achei muito patricinha pro meu gosto."

E a outra cutucou ela, eu vi, que desagradável...para elas é claro. Para mim não fez a menor diferença. Tô nessas desde segunda -feira. Hoje de manhã ela começou a jorrar aquela cascata de palavrão que não cabem no contexto, esse é o problema eles são meramente provocativos. Eu na minha, até que;

"ô fulana, para de falar essas coisas perto da garota, ela não deve estar acostumada."

"Que nada. Vai dizer que ela não sabe o que é isso? Vem cá (pela primeira vez ela se dirigiu a mim) tu não fala baixaria não é?"

Porra.

"Só em algumas ocasiões que me cabem."

Eu tentei falar da maneira mais humilde possível. Ela gruniu qualquer coisa e saiu. Pensei em como é difícil agradar as pessoas, e olha que eu tenho feito de tudo.

Um comentário:

Astier Basilio disse...

tenho um amigo
q gosta
da citação do benjamin
de q só se deve
levar pra cama
duas coisas:
livros e putas.
Ele acrescenta:
pra mim não existem
putas,
todas são mulheres.
Abração
e belo post