11 de jan. de 2008

A má sorte que as roupas trazem


Comecei a escrever um conto, meio fantástico. Depois bolei com tudo e matei a personagem em um acidente no Viaduto da Perimetral, antes eu a havia matado em um queda na Ponte Rio - Niterói. Que diferença iria fazer? Morreria de acidente - afogada no podre mar da Baía de Guanabara ou afundada no concreto do viaduto. O cara que fez o viaduto da perimetral se matou quando achou que assim...por ventura... aquela merda toda podesse cair. Que nem o viaduto Paulo de Frontin, que realmente caiu, caiu de fato. Por isso não gosto de andar de metrô, porque sempre tem um funcionário disposto a fazer uma cagada e eu posso ser o produto de uma cagada, no entanto estarei debaixo da terra e o que restaria ao responsável pela cagada? Se suicidar. Mas e daí? Seria um péssimo dia para um engenehiro responsável, somente. E sabe quem ele culparia? A camisa nova que ele estaria usando no tal dia da catástrofe. É isso o que as pessoas pensam, se elas pensam como eu penso, é claro;

"A camisa deu um puta azar. Nunca mais eu vou usar."

Culpo as roupas pelas tragédias. Na quinta – feira passada, meu padrasto faleceu e a culpa foi da minha camiseta listrada, era a primeira vez que eu vestia a tal camiseta. Assim como na primeira vez que usei um sapato roxo, chorei em vias de tremores por um desentendimento. Tudo culpa do azar que as roupas trazem. Antes a roupa do que o acaso, antes eu já ter um histórico eterno de má sorte e acontecimentos ruins. Puta merda. Recebi um email de um ex namorado, e isso talvz tenha impedido de eu continuar a escrever o que eu estava escrevendo, o email era – naturalmente – cuidadoso e trazia pêsames disfarçados em palavras compreensivas. Era um treco assim;

“Inclusive se tudo estiver muito blue, lembre-se do céu azul e blá blá blá”

Tem aquela coisa, a intenção foi boa, mas não gosto que tenham muito jeito comigo, sou praticamente uma caminhoneira sentimental. Parece que me lamento, e eu não me lamento nada. Para ilustrar uma situação, imaginem que – se realmente estivesse tudo muito “blues”- eu optasse por me jogar do viaduto Paulo de Frontin... Eu iria dar um salto ornamental! Entendeu? Hã? Hein? É isso mesmo. Mantendo a dignidade até o fim. Qual é? Estou com todos os meus orgãos vitais em pleno funcionamento, tenho peitos para mais de meio metro de roupas que, por favor...não tragam dias de lembranças ruins. Eu tô aqui, um pouco de saco cheio, confesso, arrcandando antipatia por parte dos outros, sempre. Tendo os meus bons e parcos amigos. Mãe de uma menininha...Agora só uma pergunta: o lance das roupas só acontece comigo, ou será que existe mais alguém que culpe a vestimenta pelo infortúnio?


9 comentários:

Doney disse...

Realmente pitaco é a palavra, já que comentarei sobre o desconhecido...

Bem, não sei se convém opinar, mas para mim, este negócio de “não gosto que tenham muito jeito comigo”, “se eu optasse por me jogar do viaduto Paulo de Frontin... Eu iria dar um salto ornamental!”... para mim... isto é bobagem.
Evasivas, de uma pseudo-força, pseudo-resistência... querendo enganar a quem?
Suas próprias postagens contradizem isto... ou em algum momento você mente, ou em algum momento você quer ser algo que não é, ou em algum momento você se confunde? Ou os três?

Além do mais você falando sobre força, expondo-a... qual pessoa que, necessitando expor sua suposta força, é realmente forte? Qualquer demonstração de força, não é por si só, um sinal inequívoco de fraqueza?
Por que alguém tem necessidade de mostrar o corpo malhado? O belo carro? O grande conhecimento? Você não acha isto espúrio?
Não querem provar justamente o que o exibicionismo contradiz?


Já ouviste “o preço” dos engenheiros do hawaii?
Acho que é uma canção espírita, sobre a mensagem de retorno, e tal...
Ouça se puder, acho que tem tudo a ver, não no sentido metafísico da canção...
Mas de pensar uma coisa, e na verdade ser outra...
Você poderia adaptar os versos da música: “pensei que era força, mas na verdade era só solidão” (pra não dizer fraqueza).

Forte abraço, fica em paz.

Camilla Lopes disse...

Olha, isso tudo é muito profundo...
vou ali fazer um cocô e já volto,

Anônimo disse...

porra mina, lamento pelo teu padrastro. putz. Caralho, né, a morte é foda, a gente sabe que ela vem, mas qdo vem é porrada. Beijo

Camilla Lopes disse...

Muito obrigada, é uma porrada sim, sem dúvida.
um beijo.

Carlos Alberto disse...

Prestar mais atênção no meu guarda roupa.
E no que você escreve.

Roberto Ilia disse...

Oi Camila,

Nessa hora, se eu estivesse aí no Rio, lhe daria um abraço, um beijo nos olhos e ficaria abraçado com você por longos minutos. Para ambos sentirmos os batimentos cardíacos um do outro; para ambos sentirmos em nós, a vida que pulsa e lateja; para sentirmos o presente de Deus que é a vida. E para sentirmos que o nosso ciclo ainda não se acabou e que nós ainda precisamos semear muita verdade contra os hipócritas e muito sorriso onde só tem havido dor. Depois iria embora sem dizer porra nenhuma, que nessas horas as palavras sobram.

Roberto Ilia

Pierre Masato disse...

Camilla,
Beijos saudosos do seu Amigo distante

Projeto Miolo Mole disse...

Camilla, porque algumas pessoas insistem em dar conselhos? Heim? Ainda mais pessoas que usam informalmente as palavras "espúrio" e "ouviste"... Como já disse o Cazuza "não há perdão para o chato". Força aí. beijo.

Camilla Lopes disse...

Oi Luana,
com toda a razão. Depois de um tempo e em algumas horas, eu aprendi a saber o que dizer. Presença em abundância, palavras contidas, acho...que é essa a fórmula. Obrigada por tudo, dê meu beijo no Pierre.
e outro pra você.