22 de nov. de 2007

O dia em que levei um soco

Mohammad Ali por Nikolai Bird



Estou meio deprimida por ter levado um soco ontem e vou explicar essa: seguia eu lá pelas sete horas da manhã, com um desejo enorme de comer pão francês quente e ser feliz, quando ao passar pelo cruzamento da Dois de Dezembro com São Francisco Xavier, um garotinho bem mal – vestidinho e com o cabelo pintado descolorido me acertou um chute. Do nada.Eu então disse;

“Você além de malcriado, ficou muito feio com esse cabelo”.

Eis que surge a mãe do moleque. Perguntou o que eu tinha falado pro fedelho. Eu contei que ele havia me chutado. Ela falou umas merdas, parecia que não me ouvia, usei da excelente educação que tenho, juro, não adiantou e eu mandei se foder. Então aconteceu: ela chegou bem perto de mim, tão perto quanto alguém que vai te dar um beijo, perto demais. Veio de súbito uma mão enorme e fechada em direção ao meu olho direito, devo ter abaixado por reflexo e acertou o supercílio. Quando você leva uma porrada de alguém que não conhece, alguém que nem chega a ser seu inimigo, você dificilmente reage, é tudo muito rápido. Tragédias são instantâneas, maldito acaso. Eu saí correndo com vergonha, tinha gente dentro do carro olhando, os caras do posto de gasolina estavam pasmos. Bem, eu disse em casa que caí, ninguém desconfiou. Está dolorido e inchado, um pouco roxo. Dói quando eu tomo banho, doeu pra dormir, dói.
Que loucura, não?



Tem uma semana que não escrevo meu livro. Isso também dói.




Ps. a foto do "Cassius Clay", ou Mohammad Ali, é para ilustrar a paranóia pós soco que me acometeu: será que terei coágulos no cérebro?

3 comentários:

Tio Randas disse...

Eu gostaria de ver o Dr. House respondendo a essa sua pergunta...

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Nossa... as pessoas estão descontroladas, tenho até medo de sair na rua. Melhoras. O vídeo da Xuxa está engraçado.

Camilla Lopes disse...

Ele me isolaria e me jogaria no lixo.