6 de out. de 2007

Do brio, da chancela e do amor


Tenho pensado se escrevo muito sobre a minha vida no blog, e se às vezes eu deveria me conter, blábláblá. Bem...acho que não. Obviamente, tento partir do princípio de que sou relativamente inteligente se comparada a um cão da raça labrador, e que por meio de algumas auto - conspirações, venha a me desafogar de uma maneira não tão direta. Mas se for direta, que se dane. Admiro mesmo essas pessoas que disfarçam e tudo, que usam blog unicamente como agenda cultural e você nunca sabe como elas estão realmente. Uma amiga, a Fernanda, também é assim, ela se exaspera, sufoca e precisa falar. Dia desses ela justificou que o blog dela não era literalmente sobre sua vida, mas depois se arrependeu e tirou aquela besteira, porque ela é ela, ame-a ou deixe -a. Talvez, no entanto, seja uma vontade de comover as pessoas, e fazer com que elas vejam que não é tão fácil assim. O que não é tão fácil? Um dia após o outro, é claro.

Penso que amo as pessoas demais. E não quero desistir delas tão facilmente. Os seus amigos vão sacanear você em algum momento, eles tem lá os interesses próprios, é normal. Mas veja outro ponto: eles precisam de você até quando te sacaneiam. Aí é que eles mais precisam de você. Não os abandone. Não seja altruísta com a clara intenção de ir para o céu, me refiro ao céu que se chama consciência limpa, isso não é nada, e no fim das contas, você seria um egocêntrico, porque a consciência limpa é sua, porra. Você tem que limpar a consciência do seu amigo. Aí é que está.

Tem mais um assunto, e esse sim é foda: seria eu justa? A visão clara das coisas, o senso de justiça. Isso tem alguma coisa a ver com bondade? Tem gente que me odeia, tem gente que te odeia também. Conheço um cara que é odiado no país inteiro, aliás chega a ser a pessoa mais odiada que conheço. Posso garantir que em parte, ele é bem infeliz. Mas está certo, se você pensar que realmente não se faz um omelete sem quebrar os ovos. Não se pode esquecer que ele não é nem um pouco justo, ele é emocional, para o bem ou para o mal. De fato, não é uma pessoa justa.

Há mais uma situação, a última: um cara que é o que se pode chamar de verme, uma pessoa sem cultura, um editor de livros, afastado dos tais, e inclusive dos próprios livros que edita. É uma antítese irrtante, é...esse cidadão me irrita. Está sempre na tangente, querendo os restos do banquete. E será assim eternamente. Não parte de si próprio a vontade, parte do brio que a possibilidade poderia trazer para ele. Entende? Muito mais os outros, e os achismos dos outros e as perspectivas do que os outros achariam das atitudes que ele toma. Esse aí não tem liberdade, pobre -diabo.

Do que me vale a chancela dos outros? É um falso - amor, é cretino para caralho. Muito diferente da tal chancela, tudo o que realmente preciso, é um voto de confiança. E por enquanto, está muito bom.

5 comentários:

Anônimo disse...

Ah, Camillinha.... tu é foda, falou tudo. Putz, queria estar perto. Beijo.

Anônimo disse...

a pessoa pode escre ficção, mas, na realida fala de suas experiências e memórias afetivas. Acho que esta história de neutralidade do escritor é lenda para criança dormir. É a minha opinião. Tem pessoas que pensam muitos o que os outros vão pensar dele e esquece de viver, ainda bem que saí disso.
tenha uma boa noite de sábado e domingo.

Camilla Lopes disse...

Muito obrigada, boa noite pra você também,
C.

Anônimo disse...

porra, camilla. muito bom o texto, mas, pra mim, impraticável.

Anônimo disse...

eu gosto tanto das tuas verdades...