9 de set. de 2007

Sobre bebês e Scorsese




Aqui ao meu lado tem uma adolescente com uns 17 anos e dois filhos. Eu peço para segurar o bebê, nunca mais segurei um deles. Já cuidei de um, dá pra acreditar? E eu mandei muito bem. Gosto de crianças pequenas, do cheirinho de jaula de macaco que elas têm quando brincam e não tomam banho, gosto de não tratá -las como idiotas.


Hoje finalmente descobri o porquê de eu não gostar de ir ao cinema. Revi um filme do Scorsese, Bringing Out the Dead, a tradução é Vivendo no Limite. Adoro esse filme, em que o Nick Cage faz um paramético que enlouquece em doses homeopáticas devido a sua estressante atividade pelas ruas de New York. O ponto é: odeio filmes "do momento", odeio ir a estréias, eu sinto ciúme de todas as pessoas se deliciando com um filme ao mesmo tempo que eu. Não gosto de compartilhar sentimentos. Por isso sempre vejo filmes quando eles já saíram do circuito, de preferência em casa.


Mas enfim, eu falava de Scorsese e de bebês. Os dois podem salvar o seu dia, sabe? Segure um neném e assim será impossível continuar de mau humor, ou assista Mi Viaggio a Itália, um documentário de quatro horas de duração onde Scorsese fala de toda a história do cinema Italiano - pra mim só existem três grandes indústrias: americana, italiana e indiana. O Brasil só fará cinema de verdade quando parar de falar de favela e ditadura e quando diversificar os atores, porque depois da era Matheus Natchesgale (sei lá como escreve) e Selton Melo, a gente vive a era Wagner Moura, um saco.


Se eu fosse o Paulo Coelho ou a Lya Luft ou mesmo Ivete Sangalo -(com todo aquele axé-alto-astral-não-sou-gorda-você-que-é), desejaria uma boa semana e diria que a vida é bela.Mas veja bem, eu sou apenas alguém que acredita piamente em crianças e em animais, assim simplesmente, e que sente ciúme das coisas emocionantes. Uma garota legal. E eu acho que isso é tudo.

Nenhum comentário: