28 de jul. de 2007

Eu morri na década de 90

Não sei se alguma vez eu disse que o motivo do nome do meu blog ser "Camilla morreu...". Bem, trata - se de um livro não muito conhecido aqui no Brasil, "Sheila morreu mas continua vivendo em Nova York". Sheila é uma mulher mais ou menos da minha idade atual, 26 anos, é semi gorda, judia, com os cabelos crespos e o nariz protuberante. Ela vive na Nova York dos anos sessenta, onde a liberação sexual contrasta com a obrigação daqueles que vieram dos subúrbios, de se casar. Ela tenta casar, mas quando chega aos trinta anos, enfadada de relacionamentos expressos e onde o sexo é sempre o cerne de todos eles, Sheila resolve se matar. Passa um ano planejando...cortar os pulsos? Sujo demais. Atirar nos miolos? Não teria tanta coragem. O melhor eram os barbitúricos que um dos seus amantes fulgazes conseguiria lhe arrumar. Investiu todo o seu dinheiro na lápide de mármore mais bonita que pode encontrar, comprou um jazigo perpétuo, uma lingerie para morrer e um belo vestido preto para ser enterrada, o caixão era de mogno. Sheila encheu o saco, simples, cansou de ser uma perdedora aos olhos dos outros, a fracassada da família, a encalhada.
E o que eu tenho a ver com Sheila?
Tudo. Não vou me matar, lógico que não. Nem precisa, eu já morri, lá pelos anos 90 eu morri e continuo vivendo por teimosia.

Eu perdi esse livro, gostaria de pedir ao amigo Bactéria que se por acaso tiver esse livro, falar comigo urgente.

Um comentário:

Anônimo disse...

E aí Baby, melhorzinha? Nada como um belo dia de sol, bem arregalado, para inundar de luz nossas tristezas e apagar todas as panes de nosso disco rígido!

Quando precisar, estamos aqui.


Roberto